segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

“Eu me chamo Antônio”, um bom legado de 2013

by Fernanda Jimenez
A internet ajuda a lançar nomes na música e também na literatura. Surgiu em 2013 uma maneira criativa e inusitada de ser fazer versos desenhados em guardanapos. "Antônio", nome fictício de Pedro Gabriel (1982), nascido na África e radicado no Brasil desde os 12 anos é o responsável por essa revolução literária na internet. Quem já não viu um guardanapo de "Antônio"?  Pedro é assíduo frequentador do bar Lamas no Rio de Janeiro e começou a desenhar em guardanapos apoiado no balção e acompanhado de um chope. Seus versos desenhados têm sacadas, jogos de palavras com muito sentimento, que conquistaram o coração de milhares de seguidores na internet.
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O criativo trabalho de Pedro Gabriel virou livro publicado pelaIntrínseca. O autor é publicitário, quem sabe tal faceta o ajudou a divulgar os seus guardanapos, já que a figura de Antônio, misterioso, solitário e apaixonado, despertou a curiosidade de muita gente. Alguns poemas visuais do artista:
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domingo, 8 de dezembro de 2013


AMAR É OBEDECER
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Existe um momento entre pretender orar e realmente orar que é um dos momentos mais sombrios e silenciosos da nossa vida. É a fração de segundo entre pensar na oração e orar. Para alguns de nós, essa fração de segundo pode durar décadas. Parece, portanto, que o maior obstáculo à oração é a simples questão de começar, o simples ato de vontade, o iniciar, o praticar, o fazer.
Shakespeare foi muito honesto na peça Os dois cavaleiros de Verona: “Aquele que não demonstra seu amor, não ama”. O amor verdadeiro precisa declarar-se vivendo na prática suas declarações.
Quando meu filho era criança, eu lhe dizia: “Filho, ponha o lixo pra fora!”. E ele obedecia! É assim que demonstramos nosso amor e respeito- sendo obedientes. Mas imaginemos que, ao receber a minha ordem, ele respondesse:
- Ah, papai, você é tão bonito; só quero ficar aqui sentado contemplando sau sabedoria e poder.
- Mas, filho – posso insistir -reconhecer meus atributos tem pouca validade real se vpcê não quiser me obedecer. Ponha o lixo para fora!
- Mas pai, o lixo? Não, prefiro considerar sua nobreza. Você é o solo de onde eu brotei. Quando penso em você como aquele que me gerou, considero minha maturidade e desejo louvá-lo cada vez mais.
- Filho, ponha o lixo para fora.
Essa ilustração foi longe o suficiente para falar do perigo de levantar as mãos em adoração quando devemos fazer o que o Pai nos pede. Devemos primeiro obedecer e depois louvar.
E o que Deus nos pede? Para confiar Nele: “Não temais” é a exortação mais frequente na Bíblia. Não tema durante os momentos sombrios. Não tema diante de obstáculos assombrosos…Não tema!
“Orai sem cessar”. 1Ts 5:17. O que é oração? Comungar-se com Deus…pedir…suplicar….interceder….Mas, oração não é monólogo, é diálogo com o Todo-Poderoso, portanto orar é também ouvi-Lo e saber esperar Sua resposta e Seu agir.
Comece a orar, na oração Deus nos revela Sua vontade. Se estamos pedindo de acordo com Seus planos supremos, Ele realizará nosso pedido; se não, Ele nos fará ‘desistir” do que pedíamos. Quando estamos orando de acordo com Seus propósitos, nos tornamos Sua voz, milagres acontecem.
Então, comece a orar, ponha-se no caminho da verdadeira adoração, mostre-Lhe seu amor – obedeça ao Pai.
“NAS PROFUNDEZAS DE DEUS”

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Amiga

Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha magoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!

Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!

Florbela Espanca

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013


Creia. 
Minha alma transbordou de mim
Agora anima a outro que já não sou eu
Fito-me no espelho e não vejo em mim
O homem cheio do amor que era só teu

Minha alma... creia, transbordou de mim
Esvaiu-se na dura desilusão da tua partida 
Ficou somente eu e a solidão neste palco
Onde em um dia glorioso vicejou a vida

Minha alma, creia, transbordou de mim
E perambula sempre a minha volta
Por não acreditar que chegou o fim

Do amor que espero voltar a minha porta
Porque o verdadeiro amor nunca tem fim
E haverá sempre o momento de sua volta

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

“O original de Laura”, de Vladimir Nabokov

Resenha: “O original de Laura”, de Vladimir Nabokov

“O original de Laura” é um rascunho de Vladimir Nabokov (São Petersburgo, 22 de abril de 1899 - Montreux, Suíça, 2 de julho de 1977), considerado um dos maiores escritores da literatura universal. Ele escreveu essas fichas quando estava doente, faleceu seis meses depois por causa de uma bronquite. Bronquite adquirida por negligência médica, segundo o filho do escritor. Nabokov estava internado para fazer uma cirurgia simples e uma enfermeira não parava de espirrar no quarto, ele foi contagiado, pegou uma bactéria e foi por isso que veio a falecer.
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O escritor deixou ordens expressas para que escritos não fossem publicados se ele não conseguisse terminá- los, mas a mulher e o filho, Vera e Dmitri Nabokov, decidiram que valia à pena. Vladimir e a esposa colecionavam borboletas, coletavam os insetos na fazenda, propriedade do casal, eram entomólogos. Na introdução do livro, o filho Dmitri conta que seu pai começou a perder a saúde em 1975, por causa de uma queda numa ladeira em Davos. Caiu e ficou imóvel, sem conseguir mexer- se. Os turistas olharam a cena e soltaram gargalhadas. Depois Nabokov pediu ajuda agitando a rede de caçar borboletas, mas as pessoas acharam que era brincadeira. E afirma que a “formalidade pode ser muito desumana”: seu pai chegou no hotel mais tarde, mancando, com a roupa suja e os empregados ainda por cima chamaram a sua atenção ao invés de ajudá- lo. O filho também conta as suas impressões de menino de quase seis anos, filho de um escritor, coisa que ele nem sabia bem o que era e que imigraram da Europa aos Estados Unidos num transatlântico. Dmitri também conta que os editores americanos não quiseram publicar “Lolita” com medo da repercussão e Vera arrancou as folhas das mãos de Vladimir, pois iria incinerá- las. Por pouco deixaria de existir uma das mais conhecidas obras da literatura mundial. Mais uma curiosidade: Nabokov detestava “Dom Quixote”, de Cervantes, ele achou o livro “tosco” e “cruel”.
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O método de trabalho de Nabokov era através de fichas, em “O original de Laura” são 138 de seu punho e letra, assim vemos a labuta, o suor do escritor. No livro estão as fichas e suas respectivas transcrições. Muito interessante ver em cada ficha o processo criativo, o fluxo de pensamento, as palavras tachadas, desprezadas e as escolhidas, o fazer literário:
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Laura é uma mulher de 24 anos, excessivamente magra, delicada, ela é um personagem criado por Flora. “O original de Laura” narra uma história dentro da história. Laura é sensual, meio promíscua, o alter- ego de Lolita. Ela é casada com o brilhante médico neurologista e professor de Psicologia Experimental na Universidade de Ganglia, Philip Wild, que sofre há 17 anos de uma doença estomacal humilhante. Nabokov reflete muito sobre a morte, sobre viver com doenças, ele mesmo estava passando por esse processo. Flora sofria de febre e dores e escrevia, tal como o escritor. Alguns pensamentos sobre a morte  e como chegar no que há de mais puro no ser:
O estudante que deseja morrer deveria aprender antes de nada a projetar uma imagem mental de si mesmo em sua lousa interna. Esta superfície que em seu melhor estado virginal possui uma profundidade opaca mais cor ameixa escura que negra, não é outra que a cara interior das pálpebras da pessoa mesma. (p. 96)
O livro é escatológico, demasiado humano, uma radiografia do ser humano nos seus piores estados de dor e fragilidade. “Nota de Wild” (p. 136):
autoextinção
auto- sacrifício, dor
Não é um livro otimista, é triste, é como ver o ser humano se autodestruindo, caminhando até a aniquilação, a morte. O fim dessa obra inacabada, como o próprio ser humano, termina com os seguintes verbos (p.168):
eliminar- suprimir-apagar-tachar-cancelar-anular-obliterar (desaparecer)
Quem sabe (pura especulação, “achismo”) o autor tenha proibido a sua família de publicar essa obra, porque ele gostaria de ter mudado esse final. Talvez quisesse dizer que apesar de tanta dor, o ser humano poderia se recuperar, se reinventar, renascer. O que não foi possível no caso dos personagens, nem do autor.
Eu coleciono livros com “Laura” no título, é o nome mais lindo do mundo…. é o nome da minha filha.18650283
Nabokov, Vladimir. El original de Laura. Anagrama, Barcelona, 2010. 168 páginas

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Deus acima de tudo!

Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns pobres e perseguidos políticos se refugiaram em um porão escuro e frio da Alemanha. Quando as tropas dos exércitos aliados libertaram a Europa do jugo nazista, achou-se inscrito numa das paredes daquele triste refúgio:
Creio no sol, mesmo que não brilhe.
Creio em Deus, mesmo que permaneça em silêncio.
Creio no amor, mesmo que se oculte.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Amor, Amor...


De repente a dor /De esperar terminou/ E o amor veio enfim/ Eu que sempre sonhei/ Mas não acreditei/ Muito em mim/ Vi o tempo passar/ O inverno chegar/ Outra vez mas desta vez/Todo pranto sumiu/ Um encanto surgiu/Meu amor  (“Você”, Tim Maia)
www.ne10.uol.com.br
Das lembranças
Que eu trago na vida
Você é a saudade
Que eu gosto de ter
(“Outra vez”, Roberto Carlos)
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Aguardando-te, amor, revejo os dias 
Da minha infância já distante, quando 
Eu ficava, como hoje, te esperando 
Mas sem saber ao certo se virias. 
(“Soneto da espera”, Vinícius de Moraes)

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Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
(Hilda Hilst)
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São só palavras, texto, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreta o improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
(Legião Urbana)
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Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe
o que será.
(“Não se mate”, Carlos Drummond de Andrade)
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Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
(“Memória”, Carlos Drummond de Andrade)
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O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
(“Amor”, Fernando Pessoa)

Debaixo da Mesma Lua, Uma historia de amor e Vinhos

Debaixo da Mesma Lua, Uma historia de amor e Vinhos Vem comigo na construção de um lindo romance. Vou compartilhar vários trechos desse roma...