Mostrando postagens com marcador literatura brasileira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador literatura brasileira. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de agosto de 2021

Minha Culpa é te Amar

Depois de se mudar para Dublin, Beatriz começa a escrever sua nova história que envolve Alicia, sua melhor amiga, uma mulher forte, alegre e que trabalhava numa padaria, quando elas se conheceram no interior do Rio de Janeiro. Elas trocam e-mails sobre tudo o que lhes acontece no dia a dia, amizade, o mundo à sua volta e os complicados assuntos amorosos das suas próprias vidas. Falam também pelo telefone e anseiam se encontrar de novo. Mas o que vai acontecer quando o fizerem? É aí que começa a intrigante historia de duas amigas e um amor… O final é surpreendente.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Trecho do livro Minha Culpa é Te Amar

 












Quando Léo e Bia se conheceram, a atração foi quase que imediata. Ele era sério, mas ao mesmo tempo brincalhão (embora reservado). Tinha 1,84 metros de altura, cabelos e olhos negros, pele branca, derivado aos seus pais que eram italianos. Mesmo vivendo em país tão ensolarado como Brasil, conseguia manter a nobreza de uma pele puramente européia.
Ela era diferente, sua origem era bem brasileira, embora seus avôs descendessem de alguma parte da Europa, seus traços eram bem tropicais. Tinha a pele morena clara, olhos e cabelos castanhos (embora mudasse freqüentemente de cor) escuro e um corpo bem modelado dividido em seus 1.65 metros de altura. Tinha uma espontaneidade e uma simpatia contagiante, que acabava por confundir muitos homens.
Os seus amigos lhe amava muito, por ser uma pessoa com um coração maravilhoso e uma bondade, que admirava a todos. Com isso, não ficava fora de nenhuma festa, nem qualquer tipo de comemoração. Pois diziam eles, que uma festa sem ela não tinha a mesma graça.
Porque com sua palhaçada, contagiava a todos e alegrava qualquer ambiente.

Estudava filosofia e trabalhava “voluntariamente” na empresa de seu pai, nas horas vagas.
Gostava de observar as pessoas e sonhava algum dia, encontrar o amor de sua vida. Tinha que ser um amor diferente desses que via as suas amigas chorando pelos cantos e se lamentando por isso, ou por aquilo, que lhes tinham feito os seus “amores”.
_”Esse tipo de amor eu não quero! Pensava. _Quero um homem que seja só meu e que me ame incondicionalmente. Como sei que não existe, prefiro ficar sozinha, sonhando, porque, pelo menos em meus sonhos, o meu amor é como eu quero que ele seja!”
Vivia insaciável, a procura (indiretamente) desse amor. Queria alguém que preenchesse o vazio que havia em seu coração. Seu hobe era literatura. A cada momento livre, estava sempre com algum livro na mão. Lia, quando comia, antes de dormir, enquanto esperava qualquer coisa, em qualquer lugar.
Apesar de ser uma pessoa sociável, aparentemente alegre, escondia em seu interior uma pessoa frágil e assustada. Tinha terríveis pesadelos e se deprimia com facilidade. Em seu jeito forte e decidido se escondia alguém inseguro e indeciso. Mas isso, quase ninguém sabia. Somente quem a conhecesse muito bem. E isso, quase ninguém conseguia, porque ela se fechava e tentava camuflar sua verdadeira identidade.
Às vezes, durante a noite perdia completamente o sono e sentia um medo tão forte, que via e ouvia coisas inexistentes. Tinha momentos de pavor absoluto. Tanto, que às vezes era obrigada a acordar sua irmã menor, pois era a única que lhe fazia caso e acreditava em seus temores. Tinha verdadeira paixão por essa linda menina de apenas nove anos, que a deitava em seu colinho e acariciando os seus cabelos, lhe acalmava. E acabava finalmente adormecida junto de sua irmãzinha.
Os seus fins de semana eram uma escapatória de tudo, onde se refugiava em casa de uma amiga (no subúrbio do Rio de Janeiro) e se sentia completamente fora de sua realidade. Por isso, se sentia feliz. Estava muito além de seu “mundinho” habitual, mas se sentia muito mais perto de sua realidade. Sentia-se confortavelmente feliz ao lado de seus amigos e pensava que pudesse juntar os dois mundos e fazer o seu mundo…
Acho que era isso que ela fazia em seus sonhos.
Vivia com os seus pais, mas tinha uma enorme vontade de ter o seu próprio canto. Ás vezes comentava com a sua amiga;
_ Preciso encontrar a minha liberdade, mas antes, preciso ter o meu cantinho para viver em paz. Não que eu não tenha paz em minha casa, mas não é a mesma coisa. Imagina poder receber os meus amigos em minha própria casa, sem ter que dar satisfações para quem quer que seja ou ter alguém reclamando da bagunça no dia seguinte!
_ Nesse ponto você tem razão, Bia. Disse Alicia, sua melhor amiga.
_ Mas você tem que ter em conta que viver sozinha, sem ajuda de seus pais, não é a mesma coisa que viver despreocupada, sem ter que pensar em como vai pagar as contas no fim do mês! Sabe quanto que eu pago de luz, água, aluguel, telefone, todos os meses?
_ Sei, Alicia, mas não sou nenhuma inútil, posso muito bem trabalhar!
Já trabalho (de graça) para o meu pai. Posso trabalhar com hora certa e salário.
_ Hei, de graça não! Ingrata. Teu pai te dá tudo o que você merece e o que não merece!
_ Também não é assim… Virou defensora do velho, agora?…
_ Não é questão de defender, mas o velho faz tudo por você. Você sempre teve o colinho de seus pais, não é como eu, que sempre tive que “ralar” muito, para conseguir comprar uma roupinha nova…
As duas acabaram rindo da situação.
Alicia era mais velha que Bia cinco anos, era a sua melhor amiga e quem tapava os “buracos” que ela deixava com os seus pais, quando desaparecia, e deixava o telefone desligado. Alicia sempre inventava uma desculpa. A última que teve que inventar foi que ela havia bebido muito e que estava dormido em sua casa…
Era de classe baixa e trabalhava duro em uma padaria de um Senhor que era português. Fazia horas extras nos fins de semana, para seu salário render mais um pouco, mesmo assim, passava muito sufoco típico de pobre, baixa renda. Pagar um aluguel, quando o outro já está a ponto de vencer. Estava sempre reclamando de sua vida de pobre. Dizia que um dia, ainda ia se casar com um homem rico, mas vivendo onde ela vivia coitada, estava muito difícil ter acesso a um marido rico. Isso, sempre lhe dizia a sua amiga, Bia, de brincadeira.
Tinha uma família numerosa e estava acostumada a se “virar” desde que tinha 13 anos, onde teve o seu primeiro emprego. Creio que isso causava certo equilíbrio entre as duas amigas; uma, tinha o que a outra sonhava em ter: liberdade! A outra, talvez, quisesse a metade do dinheiro que o seu pai lhe dava de mesada, apenas por uns três meses…
Uma, pobre, a outra, rica. Uma, livre, enquanto a outra sonhava com a
Tal liberdade.
Alicia era uma mulher bonita, mas não tinha a atração que tinha a sua amiga Beatriz. Mesmo assim, era bela. Tinha os cabelos louros (de farmácia), pele morena, bronzeada pelo sol (que ela torrava, quando tinha folga), era mais alta que Beatriz e um pouco mais magra. Tinha uma voz meio rouca, mas era uma mulher meiga e carinhosa com os seus amigos.
A historia de como elas se conheceram é engraçada; Beatriz, tem um amigo que tem um sítio lindo, perto do lugar em que morava Alicia. Em um fim de semana prolongado, ela e seus amigos foram parar na mesma padaria onde Alicia trabalhava. Saíram do Rio em direção a esse tal sítio, mas ao chegar na cidade mais próxima, se perderam, então pararam na padaria para pedir informações. O caso é que o tal sítio está em um lugar bem escondido. Para quem não conhece a zona, fica complicado em encontrar, como Alicia nasceu naquele lugar, conhecia cada buraco daquele mato. Disse-lhes;
_ Se vocês esperarem 10 minutinhos, eu os levo até lá, depois alguém me trás, porque é um pouco longe para vir a pé, principalmente á noite.
Tenho um pouco de medo, pois é meio escuro. Só tem mato e fazendas…
Imediatamente, Beatriz simpatizou com ela. Pediu aos seus amigos para esperarem. Como eles estavam curtindo muito estar ali, naquele “mato“, aproveitaram pra ficar mais um pouco. Afinal, estavam de míni férias...pediram uma cerveja. Começaram a beber eram cinco horas da tarde, e saíram de lá as horas. Alicia acabou por sentar-se à mesa com eles, pois já tinha acabado o seu turno de trabalho e no dia seguinte era sua folga.
_Que alívio! Suspirou ela, sem ninguém perceber. Estava exausta, pois tinha entrado as 06 h 00 da manhã, mas estava feliz por ter finalmente uma folga em pleno sábado. Parecia mentira. Desde que começou a trabalhar ali, que não tinha folga em um fim de semana.
Era merecido. Estava doida para chegar a casa, tomar um banho, e descansar um pouco para sair com seus amigos, afinal, hoje é sexta feira, dia de cerveja… pensou.
O papo foi animado entre os “riquinhos”. Até ela, entrou na conversa e sem se dar conta já estava conversando com Beatriz como se fossem velhas amigas…
Ao chegarem ao sítio, ficaram todos encantados com o lugar. Era realmente lindo! Estavam mais umas seis pessoas no sítio, todos “filhos de papai“, bonitos e educados, mas safados (os homens). Já estavam pensando que ela era uma da turma e sem perguntar, um dos rapazes pegou-a ao colo e jogou-a na piscina. Foi inútil os gritos, pois estavam todos bêbados, mas havia um no meio deles que se jogou na piscina e tirou-a. Ela estava assustada e começou a chorar. Beatriz, não sabia o que fazer para lhe pedir desculpas, tentando de todas as formas acalmá-la. Finalmente, tudo voltou ao normal e Bia pegou uma camiseta limpa e deu-a para que tirasse a que estava molhada. Ela, já estava mais calma, e pediu para que alguém fosse levá-la em casa. Bia, havia a convidado para ficar com eles;
_ Nem sei como faço para te pedir desculpas e te agradecer por tudo.
Os caras são meio babacas, mas são gente boa. É que estão todos meio bêbados, sabe como é…
_ Não se preocupe Beatriz, já estou bem, e também não foi nada grave.
Eles estavam só brincando, já passou.
_ Como é mesmo o teu nome?
_ Alicia.
_ Bonito, nome, Alicia, mas, por favor, me chame de Bia, como os meus amigos, porque só quem me chama Beatriz, são os meus pais e avós.
_ Está bem, mas só se você prometer que antes de voltar para o Rio, vai a padaria me dizer tchau.
_ Prometido! Mas agora, eu mesma vou pegar o
A cidade era pequena, mas tinha os seus encantos…
Como é normal, no Brasil, pediram uma mesa do lado de fora, pois estava bastante calor e carro e te deixarei em casa, assim descubro o seu esconderijo. E qualquer dia venho tomar um café contigo. Sabe, gostei de você! Acho que seremos grandes amigas! Eu sou assim, mas sou legal, você vai ver, quando me conhecer melhor.
_ Assim como? Achei-te muito legal! Os meus amigos também te acharão, tenho certeza! Sou pobre, mas minha casa está a tua espera.
Beatriz foi levar Alicia em casa junto com um dos rapazes, que estava menos bêbado. Tinha medo, mesmo no carro. A estrada era de terra e sem luz. Estava uma noite linda. Ela, nunca tinha visto um céu tão estrelado. Estava encantada com o lugar e a paz que sentia ali.
Beijou o rosto de Alicia e prometeu voltar a vê-la. Estava feliz, não sabia o porquê, mas sabia que estava. Gostou tanto de sua nova amiga, que foi pensando nela pelo caminho; “Como a gente encontra pessoas humildes e boas por esse nosso país! Sinto-me abençoada!” Parou o carro, na estrada de terra, para sentir o cheiro que havia no ar. Respirou bem fundo e encheu os pulmões de ar puro… olhou para o céu mais uma vez e sonhou com o seu amor, que estaria em algum lugar reservado para ela.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O BARCO TREME

Publicado em  emRealidadeUncategorized

O barco vibra. É assustador porque só tem oceano para todos os lados e ninguém para ajudar. Você olha para a água por um momento, temendo que o barco vire enquanto você se movimenta. A água é escura como o oceano Antártico. Se perder na imensidão negra parece algo como o limbo e você teme que possa afundar pela eternidade e sentir esta eternidade. O inferno.
O barco não para de vibrar e, mesmo estando na superfície, você teme afundar lembrando da sensação de afogamento gelado que já experimentou antes e quase morreu. A água que invadia seu corpo como um espírito maligno e não lhe deixava morrer em paz, nem viver.
O barco treme e você nem mesmo sabe porquê. O mais incômodo é a sensação de meio-termo, o barco não afunda, mas também não está estável. Você ainda pode morrer, sozinho.
Você começa a desejar que não tivesse ido pescar tão longe e então você dorme. E espera que o dia seguinte seja melhor.
By http://naoultrapassado.wordpress.com/

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Minha Culpa é te Amar

Livro:
Minha Culpa é te Amar
Ano: 2014
Gênero: Romance
Duas amigas, dois mundos diferentes que se unem encontrando o amor verdadeiro em meio à traição... Beatriz e Alicia são diferentes em todos os aspectos, mas isso não impede de se tornarem inseparáveis. Vivendo uma linda amizade entre o cálido Rio de Janeiro e a fria Dublin (Irlanda) até que algo muito grave acontece, colocando em risco essa linda amizade. Será que uma verdadeira amizade suportará tamanha traição? É uma prova de fogo entre o amor verdadeiro e uma amizade sincera. Até que ponto chegará essa amizade? ...

  • quarta-feira, 13 de agosto de 2014

    terça-feira, 5 de agosto de 2014

    quinta-feira, 26 de junho de 2014

    Resenha: “Um cão uivando para a lua”, de Antônio Torres

    Resenha: “Um cão uivando para a lua”, de Antônio Torres

    Até antes de ler “Um cão uivando para a lua”, o livro “Essa terra” era o meu preferido. Agora estão empatados, outro “livraço”* de Antônio Torres! O autor escolheu para a epígrafe do livro uma frase genial de William Faulkner: Entre a dor e o nada eu escolho a dor. E você?
    Discurso
    Antônio Torres e seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, 2014.
    “Um cão uivando para a lua” é o primeiro romance de Antônio Torres, escrito aos 32 anos (1972), mas com uma linguagem bastante atual e assim continuará sendo daqui a 100 anos, umas das características das boas obras essa atemporalidade. O prólogo é fantástico, o próprio autor nos conta um pouco da sua biografia, de como nasceu essa história e como ela foi publicada, com muitas dificuldades e a ajuda dos amigos. Leia aqui (clique no ícone “resenhas”). No final da obra estão algumas resenhas escritas por gente importante, que você também pode ler na web oficial do escritor.
    A ideia do livro apareceu quando o mestre Antônio Torres foi visitar um amigo em recuperação por problemas de dependência de drogas em um manicômio do Rio de Janeiro, no tempo em que os problemas mentais no Brasil eram tratados com eletrochoque. O título surgiu quando ele ouvia Miles Davis sem parar, num quarto de hotel barato em São Paulo, na alameda Barão de Limeira. O protagonista é a pessoa internada, um repórter (como o autor) que conta a história em primeira pessoa, ele tem 28 anos. O texto começa com a visita de T. (de Torres, será?!). E o diálogo entre o doente (o narrador) e “T.” acontece assim: o doente percebendo o incômodo do visitante por estar naquele ambiente que o assustava. O protagonista conversa com “vozes” e sonha muito, sonhos com enredo bem definido, mas não perdeu a consciência das coisas e a percepção sobre as pessoas e sobre quem ele é (um ser confuso e cheio de mágoas da infância). Esse é um romance psicológico, trata do mundo interior de uma pessoa que acaba num manicômio para “descansar” das loucuras do mundo. Imagino que não tenha sido nada fácil o autor ter que “encarnar”, entrar no pensamento/sentimentos de um personagem tão conturbado. Abaixo, Fitzgerald e Godard citados pelo autor e Torres visionário, falando sobre o futuro dos computadores. E aí, mestre, foi mesmo “a glória”? (p. 51)
    10455314_314107825411451_8849832885020058796_n
    O ambiente é o dos anos 70 das estradas empoeiradas, das condições sanitárias precárias, a época do Fusca que quebrava e o próprio dono podia consertar pela simplicidade da sua mecânica. Picada de mosquito se curava com cachaça. A época da construção da Transamazônica, obra gigantesca construída pelos militares e que custou a vida de muitos brasileiros pelas péssimas condições de trabalho no meio da selva, fora a matança dos índios da região, cerca de oito mil, uma verdadeira barbárie. Você que viaja por essa rodovia entre a Paraíba e o Amazonas, saiba que está sobre um vale de suor e de sangue inocente. Alto demais o preço do “progresso”, não?
    Começamos a conhecer a história do doente, esse personagem sem nome, que parece ficar incógnito nas suas dores de cidadão comum, como a maioria das pessoas. Alguns personagens têm nome, outros não. O homem empreende uma viagem de Fusca com Floriano, um ex- seminarista e que agora trabalha vendendo gasolina e depois recolhendo dinheiro. Ele anda com uma peixeira no carro, profissão perigosa a dele.
    O homem (começo a chamá- lo assim por questões práticas) faz muitas referências ao Junco, na Bahia, terra natal do escritor (hoje, Sátiro Dias). Tem muito do escritor, da sua experiência pessoal, na história.
    10172863_314104582078442_3826361777697947647_n
    Pág. 57
    Muitos trechos são autobiográficos, arrisco- me na afirmação. Esse menino de 8 anos chegando da roça…
    10440282_314110362077864_4987792064344059234_n
    O protagonista fica desempregado por ser sincero com o chefe, por não ter “puxado o saco”. Ele vai para São Paulo procurar emprego, fica num hotel barato, sai com uma prostituta, mas é casado com Lila, que é meio doidona e ele a adora. O relacionamento não vai bem, ele teme perdê- la.
    O estigma do preconceito, do nordestino sofredor na cidade grande, onde as próprias autoridades não cumprem o papel de defesa dos cidadãos: “Os retirantes andam meio por baixo aqui, o prefeito está expulsando todos eles, a cacetada, na base do ‘mate um retirante por dia, para manter a cidade limpa’ (…)”. (p. 91) O Brasil (parece) já foi muito pior, não?
    O autor cita Fitzgerald e o narrador diz saber de memória os textos do americano (p. 92):
    Numa noite escura da alma, são sempre três horas da manhã.
    O progresso é o desencanto contínuo.
    Muito do livro é o fluxo de pensamento do homem quando está sozinho, aquelas coisas que todos pensamos, mas que quase ninguém passa para o papel. Fértil, intenso, dolorido, criativo, emotivo, reflexivo. Assim é o pensamento do narrador. O sono e o sonho também são suas formas de transporte, além das reais viagens pelo Brasil devido à sua profissão de repórter. Não sei se esse livro serviu de terapia a Antônio Torres, parece ter expurgado mágoas da infância (p.155):
    Sim, eu fazia uma porção de coisas, desde pequeno, mas a impressão que me deixavam era a de que eu não sabia fazer nada. Então, menino ainda, passei a declamar Castro Alves em praça pública, em dia de festa o povo dizia:
    - Menino danado. Foi assim, doutor, que descobri que queria ser jornalista.
    Um livro para colocar na sua lista de leituras!

    segunda-feira, 2 de junho de 2014

    Que livraço!

    Que livraço!

    356721-admin

    terça-feira, 13 de dezembro de 2011

    Mais do meu livro Minha Culpa e te Amar - Trecho

    PRIMEIRA PARTE









    Quando Léo e Bia se conheceram, a atração foi quase que imediata. Ele era sério, mas ao mesmo tempo brincalhão (embora reservado). Tinha 1,84 metros de altura, cabelos e olhos negros, pele branca, derivado aos seus pais que eram italianos. Mesmo vivendo em país tão ensolarado como Brasil, conseguia manter a nobreza de uma pele puramente européia.
    Ela era diferente, sua origem era bem brasileira, embora seus avôs descendessem de alguma parte da Europa, seus traços eram bem tropicais. Tinha a pele morena clara, olhos e cabelos castanhos (embora mudasse freqüentemente de cor) escuro e um corpo bem modelado dividido em seus 1.65 metros de altura. Tinha uma espontaneidade e uma simpatia contagiante, que acabava por confundir muitos homens.
    Os seus amigos lhe amava muito, por ser uma pessoa com um coração maravilhoso e uma bondade, que admirava a todos. Com isso, não ficava fora de nenhuma festa, nem qualquer tipo de comemoração. Pois diziam eles, que uma festa sem ela não tinha a mesma graça.
    Porque com sua palhaçada, contagiava a todos e alegrava qualquer ambiente.

    Estudava filosofia e trabalhava “voluntariamente” na empresa de seu pai, nas horas vagas.
    Gostava de observar as pessoas e sonhava algum dia, encontrar o amor de sua vida. Tinha que ser um amor diferente desses que via as suas amigas chorando pelos cantos e se lamentando por isso, ou por aquilo, que lhes tinham feito os seus “amores”.
    _”Esse tipo de amor eu não quero! Pensava. _Quero um homem que seja só meu e que me ame incondicionalmente. Como sei que não existe, prefiro ficar sozinha, sonhando, porque, pelo menos em meus sonhos, o meu amor é como eu quero que ele seja!”
    Vivia insaciável, a procura (indiretamente) desse amor. Queria alguém que preenchesse o vazio que havia em seu coração. Seu hobe era literatura. A cada momento livre, estava sempre com algum livro na mão. Lia, quando comia, antes de dormir, enquanto esperava qualquer coisa, em qualquer lugar.
    Apesar de ser uma pessoa sociável, aparentemente alegre, escondia em seu interior uma pessoa frágil e assustada. Tinha terríveis pesadelos e se deprimia com facilidade. Em seu jeito forte e decidido se escondia alguém inseguro e indeciso. Mas isso, quase ninguém sabia. Somente quem a conhecesse muito bem. E isso, quase ninguém conseguia, porque ela se fechava e tentava camuflar sua verdadeira identidade.
    Às vezes, durante a noite perdia completamente o sono e sentia um medo tão forte, que via e ouvia coisas inexistentes. Tinha momentos de pavor absoluto. Tanto, que às vezes era obrigada a acordar sua irmã menor, pois era a única que lhe fazia caso e acreditava em seus temores. Tinha verdadeira paixão por essa linda menina de apenas nove anos, que a deitava em seu colinho e acariciando os seus cabelos, lhe acalmava. E acabava finalmente adormecida junto de sua irmãzinha.
    Os seus fins de semana eram uma escapatória de tudo, onde se refugiava em casa de uma amiga (no subúrbio do Rio de Janeiro) e se sentia completamente fora de sua realidade. Por isso, se sentia feliz. Estava muito além de seu “mundinho” habitual, mas se sentia muito mais perto de sua realidade. Sentia-se confortavelmente feliz ao lado de seus amigos e pensava que pudesse juntar os dois mundos e fazer o seu mundo…
    Acho que era isso que ela fazia em seus sonhos.
    Vivia com os seus pais, mas tinha uma enorme vontade de ter o seu próprio canto. Ás vezes comentava com a sua amiga;
    _ Preciso encontrar a minha liberdade, mas antes, preciso ter o meu cantinho para viver em paz. Não que eu não tenha paz em minha casa, mas não é a mesma coisa. Imagina poder receber os meus amigos em minha própria casa, sem ter que dar satisfações para quem quer que seja ou ter alguém reclamando da bagunça no dia seguinte!
    _ Nesse ponto você tem razão, Bia. Disse Alicia, sua melhor amiga.
    _ Mas você tem que ter em conta que viver sozinha, sem ajuda de seus pais, não é a mesma coisa que viver despreocupada, sem ter que pensar em como vai pagar as contas no fim do mês! Sabe quanto que eu pago de luz, água, aluguel, telefone, todos os meses?
    _ Sei, Alicia, mas não sou nenhuma inútil, posso muito bem trabalhar!
    Já trabalho (de graça) para o meu pai. Posso trabalhar com hora certa e salário.
    _ Hei, de graça não! Ingrata. Teu pai te dá tudo o que você merece e o que não merece!
    _ Também não é assim… Virou defensora do velho, agora?…
    _ Não é questão de defender, mas o velho faz tudo por você. Você sempre teve o colinho de seus pais, não é como eu, que sempre tive que “ralar” muito, para conseguir comprar uma roupinha nova…
    As duas acabaram rindo da situação.
    Alicia era mais velha que Bia cinco anos, era a sua melhor amiga e quem tapava os “buracos” que ela deixava com os seus pais, quando desaparecia, e deixava o telefone desligado. Alicia sempre inventava uma desculpa. A última que teve que inventar foi que ela havia bebido muito e que estava dormido em sua casa…
    Era de classe baixa e trabalhava duro em uma padaria de um Senhor que era português. Fazia horas extras nos fins de semana, para seu salário render mais um pouco, mesmo assim, passava muito sufoco típico de pobre, baixa renda. Pagar um aluguel, quando o outro já está a ponto de vencer. Estava sempre reclamando de sua vida de pobre. Dizia que um dia, ainda ia se casar com um homem rico, mas vivendo onde ela vivia coitada, estava muito difícil ter acesso a um marido rico. Isso, sempre lhe dizia a sua amiga, Bia, de brincadeira.
    Tinha uma família numerosa e estava acostumada a se “virar” desde que tinha 13 anos, onde teve o seu primeiro emprego. Creio que isso causava certo equilíbrio entre as duas amigas; uma, tinha o que a outra sonhava em ter: liberdade! A outra, talvez, quisesse a metade do dinheiro que o seu pai lhe dava de mesada, apenas por uns três meses…
    Uma, pobre, a outra, rica. Uma, livre, enquanto a outra sonhava com a
    Tal liberdade.
    Alicia era uma mulher bonita, mas não tinha a atração que tinha a sua amiga Beatriz. Mesmo assim, era bela. Tinha os cabelos louros (de farmácia), pele morena, bronzeada pelo sol (que ela torrava, quando tinha folga), era mais alta que Beatriz e um pouco mais magra. Tinha uma voz meio rouca, mas era uma mulher meiga e carinhosa com os seus amigos.
    A historia de como elas se conheceram é engraçada; Beatriz, tem um amigo que tem um sítio lindo, perto do lugar em que morava Alicia. Em um fim de semana prolongado, ela e seus amigos foram parar na mesma padaria onde Alicia trabalhava. Saíram do Rio em direção a esse tal sítio, mas ao chegar na cidade mais próxima, se perderam, então pararam na padaria para pedir informações. O caso é que o tal sítio está em um lugar bem escondido. Para quem não conhece a zona, fica complicado em encontrar, como Alicia nasceu naquele lugar, conhecia cada buraco daquele mato. Disse-lhes;
    _ Se vocês esperarem 10 minutinhos, eu os levo até lá, depois alguém me trás, porque é um pouco longe para vir a pé, principalmente á noite.
    Tenho um pouco de medo, pois é meio escuro. Só tem mato e fazendas…
    Imediatamente, Beatriz simpatizou com ela. Pediu aos seus amigos para esperarem. Como eles estavam curtindo muito estar ali, naquele “mato“, aproveitaram pra ficar mais um pouco. Afinal, estavam de míni férias...pediram uma cerveja. Começaram a beber eram cinco horas da tarde, e saíram de lá as horas. Alicia acabou por sentar-se à mesa com eles, pois já tinha acabado o seu turno de trabalho e no dia seguinte era sua folga.
    _Que alívio! Suspirou ela, sem ninguém perceber. Estava exausta, pois tinha entrado as 06 h 00 da manhã, mas estava feliz por ter finalmente uma folga em pleno sábado. Parecia mentira. Desde que começou a trabalhar ali, que não tinha folga em um fim de semana.
    Era merecido. Estava doida para chegar a casa, tomar um banho, e descansar um pouco para sair com seus amigos, afinal, hoje é sexta feira, dia de cerveja… pensou.
    O papo foi animado entre os “riquinhos”. Até ela, entrou na conversa e sem se dar conta já estava conversando com Beatriz como se fossem velhas amigas…
    Ao chegarem ao sítio, ficaram todos encantados com o lugar. Era realmente lindo! Estavam mais umas seis pessoas no sítio, todos “filhos de papai“, bonitos e educados, mas safados (os homens). Já estavam pensando que ela era uma da turma e sem perguntar, um dos rapazes pegou-a ao colo e jogou-a na piscina. Foi inútil os gritos, pois estavam todos bêbados, mas havia um no meio deles que se jogou na piscina e tirou-a. Ela estava assustada e começou a chorar. Beatriz, não sabia o que fazer para lhe pedir desculpas, tentando de todas as formas acalmá-la. Finalmente, tudo voltou ao normal e Bia pegou uma camiseta limpa e deu-a para que tirasse a que estava molhada. Ela, já estava mais calma, e pediu para que alguém fosse levá-la em casa. Bia, havia a convidado para ficar com eles;
    _ Nem sei como faço para te pedir desculpas e te agradecer por tudo.
    Os caras são meio babacas, mas são gente boa. É que estão todos meio bêbados, sabe como é…
    _ Não se preocupe Beatriz, já estou bem, e também não foi nada grave.
    Eles estavam só brincando, já passou.
    _ Como é mesmo o teu nome?
    _ Alicia.
    _ Bonito, nome, Alicia, mas, por favor, me chame de Bia, como os meus amigos, porque só quem me chama Beatriz, são os meus pais e avós.
    _ Está bem, mas só se você prometer que antes de voltar para o Rio, vai a padaria me dizer tchau.
    _ Prometido! Mas agora, eu mesma vou pegar o
    A cidade era pequena, mas tinha os seus encantos…
    Como é normal, no Brasil, pediram uma mesa do lado de fora, pois estava bastante calor e carro e te deixarei em casa, assim descubro o seu esconderijo. E qualquer dia venho tomar um café contigo. Sabe, gostei de você! Acho que seremos grandes amigas! Eu sou assim, mas sou legal, você vai ver, quando me conhecer melhor.
    _ Assim como? Achei-te muito legal! Os meus amigos também te acharão, tenho certeza! Sou pobre, mas minha casa está a tua espera.
    Beatriz foi levar Alicia em casa junto com um dos rapazes, que estava menos bêbado. Tinha medo, mesmo no carro. A estrada era de terra e sem luz. Estava uma noite linda. Ela, nunca tinha visto um céu tão estrelado. Estava encantada com o lugar e a paz que sentia ali.
    Beijou o rosto de Alicia e prometeu voltar a vê-la. Estava feliz, não sabia o porquê, mas sabia que estava. Gostou tanto de sua nova amiga, que foi pensando nela pelo caminho; “Como a gente encontra pessoas humildes e boas por esse nosso país! Sinto-me abençoada!” Parou o carro, na estrada de terra, para sentir o cheiro que havia no ar. Respirou bem fundo e encheu os pulmões de ar puro… olhou para o céu mais uma vez e sonhou com o seu amor, que estaria em algum lugar reservado para ela.

    Debaixo da Mesma Lua, Uma historia de amor e Vinhos

    Debaixo da Mesma Lua, Uma historia de amor e Vinhos Vem comigo na construção de um lindo romance. Vou compartilhar vários trechos desse roma...