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sábado, 28 de agosto de 2021
Minha Culpa é te Amar
Depois
de se mudar
para
Dublin, Beatriz
começa
a escrever sua nova
história que
envolve
Alicia,
sua
melhor amiga, uma
mulher
forte, alegre e
que trabalhava
numa
padaria,
quando elas se conheceram no interior do Rio de Janeiro.
Elas
trocam e-mails
sobre
tudo
o que lhes acontece no dia a dia,
amizade, o mundo à sua volta e os complicados assuntos amorosos das
suas próprias vidas. Falam
também pelo telefone e anseiam se encontrar
de novo. Mas o que vai acontecer quando o fizerem? É
aí que começa a intrigante historia de duas amigas e um amor… O
final é surpreendente.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Lançamento do MEU LIVRO VIDA FÁCIL (?) em Lisboa
Antes de tudo agradeço a Deus, meu ajudador, protetor e meu guia, depois aos familiares, amigos, leitores e todos que estão na torcida por meu sucesso.
Deus eh fiel e finalmente vou fazer meu lançamento oficial europeu. Obrigada a todos e continuem na torcida.
De longe ou de perto sintam meu carinho e minha gratidão.
Amo vocês!
https://www.facebook.com/events/772641266186205/
Deus eh fiel e finalmente vou fazer meu lançamento oficial europeu. Obrigada a todos e continuem na torcida.
De longe ou de perto sintam meu carinho e minha gratidão.
Amo vocês!
https://www.facebook.com/events/772641266186205/
Segunda, 15 de junho
às 19:00
|
Tradicional Bar
Rua Afonso de Albuquerque, 4(Lisboa - Alfama) 1100 Lisboa
domingo, 19 de outubro de 2014
RESENHA: Minha culpa é te amar. Autora: Fernanda Santos Navarro
Para quem gosta de um bom romance, recomendo essa leitura. Depois que ler a resenha, ficará curioso(a) para ler o livro todo.
Autora: Fernanda Santos Navarro
Ano: 2014
Ano: 2014
Gênero: Romance
Editora: Multifoco
Editora: Multifoco
Sinopse:
Duas amigas, dois mundos diferentes, que se unem encontrando o amor verdadeiro em meio a traição. Beatriz e Alicia são diferentes em todos os aspectos, mas isso não impede de se tornarem inseparáveis. Vivendo uma linda amizade entre o cálido Rio de Janeiro e a fria Dublin (Irlanda). Até que algo muito grave acontece, colocando em risco essa linda amizade. Será que uma verdadeira amizade suportará tamanha traição?
É uma prova de fogo entre o amor verdadeiro e uma amizade sincera. Até que ponto o chegará essa amizade?
RESENHA:
Minha culpa é te amar. Autora: Fernanda Santos Navarro Sinopse: Duas amigas, dois mundos diferentes, que se unem encontrando o amor verdadeiro em meio a traição. Beatriz e Alicia são diferentes em todos os aspectos, mas isso não impede de se tornarem inseparáveis. Vivendo uma linda amizade entre o cálido Rio de Janeiro e a fria Dublin (Irlanda). Até que algo muito grave acontece, colocando em risco essa linda amizade. Será que uma verdadeira amizade suportará tamanha traição? É uma prova de fogo entre o amor verdadeiro e uma amizade sincera. Até que ponto o chegará essa amizade? Resenha: Minha culpa é te amar, livro da autora Fernanda Santos Navarro conta a história de duas amigas unidas por um amor incondicional, onde nem irmãos têm.
O que encanta na historia dessa linda amizade é a proteção que uma tem com a outra, sempre uma se preocupando com a felicidade da outra e também a telepatia de pensamentos, ao mesmo tempo com personalidades bem diferente uma da outra. A primeira coisa que me fez apaixonar pelo livro foi o título. Só que o livro me surpreendeu, é muito mais profundo que o título e à medida que ocorrem os acontecimentos mais difícil fica de parar de ler. Beatriz e Alicia são as personagens centrais. A amizade de ambas é que conduz todo o enredo do livro. Desde a história inicial de como iniciou a amizade e passando por vários desafios até o final do livro. É um livro linear, onde se tem passagem de tempo para contar a história e as batalhas de sentimentos das personagens. O livro é dividido em três partes.
A primeira parte, conta o inicio da amizade, como surgiu e o amadurecimento das duas personagens. Beatriz tem uma vida financeira tranquila, sempre consegue as coisas, seus desejos com facilidade. Já Alicia tem uma vida oposta, sempre encontrou dificuldades, mostrando que para viver a luta diária, com muito esforço e dedicação. Enquanto Beatriz sonha com um príncipe encantado, Alicia é mais realista e fria, apenas sonha com um homem rico. A autora conseguiu com muita riqueza detalhar essa diferença de vida, deixando a história mais emocionante.
A segunda parte narra como as duas foram para Europa. Essa parte do livro é quase um guia turístico, narra não só as personagens em suas aventuras pela Europa, como também mostra os pontos turísticos de uma forma bem detalhada, explicando a história de alguns pontos. Nessa parte, confesso que assustei com a amizade das duas e desconfiei de que as duas estavam se apaixonando. Mas na verdade, as duas tinham um amor de alma, então elas não tinham medo de expor essa amizade. É gostoso também de ver a reação de Alicia. Enquanto para Beatriz tudo era normal, pois a personagem não só é bem viajada, como também tem amigos espalhado pela Europa (mais na frente essas amizades é que acolhe no momento delicado). Já para Alicia tudo era novo, os lugares, a história, o clima, ela não escondia a emoção em cada viagem, em cada lugar. O Livro contém fotos de alguns lugares turísticos na qual as personagens passaram, fazendo assim que os leitores tenham a imagem do local visitado por Beatriz e Alicia. Para alguns leitores, isso pode ajudar a construir a cena, para outros isso pode prejudicar justamente atrapalhando na construção da cena. Mas nessa parte é a que mais amei, pois, fala em detalhe, sobre os pontos turísticos e um pouco da cultura da Europa, tornando o continente mais apaixonante. Mostra também a realidade do local, ou seja, que no fundo os problemas das cidades são todas iguais. Ainda na mesma parte, a autora continua contando a volta das amigas ao Brasil. Beatriz volta estranha e partir desse momento a história começa a passar por uma transformação, a amizade entre as amigas passa por alguns testes. A terceira parte conta a decisão de Beatriz em voltar a morar fora do Brasil, nessa última parte o livro é cheio de decisões, nem sempre fácil de resolver. É a partir desse momento que as personagens passam por mudanças quase radicais comparando com a vida tranquila que tinham levado até então. Enquanto Alicia engravidou e casou, Beatriz continuava sua vida europeia na casa de uma amiga brasileira na Irlanda. Outra mudança acontece no dia em que Beatriz em uma visita ao Brasil conhece os filhos e marido de Alicia. Onde ambos têm atração imediata. Assim inicia outra fase turbulenta das personagens, onde mostra até que ponto um amor proibido pode ser vivido sem prejudicar pessoas que amam. Confesso que nessa parte fiz a leitura em um dia, pois não aguentava esperar o dia seguinte para ver o que ocorreria com os personagens e a cada cena que passava, mas ficava emocionante, pois queria chegar ao final o mais rápido.
O final é claro que amei, com sempre espero nas histórias de amores com encontros e desencontros, mas com final feliz. Não consigo encontrar defeito no livro, pois a leitura foi fiel ao que sempre gosto de ler, mas, se for para falar o que senti falta no livro, eu exponho que foi à divisão por capítulos, por ser dividido somente em três partes, o livro torna-se um pouco cansativo para ler, principalmente para quem gosta de fazer a sua leitura como se fosse novela global, um capítulo por dia. Também senti falta de mais diálogo, amo livro com diálogo intenso e longo.
Porque amei:
O livro no geral tem uma linda lição de moral, a autora é bem intensa nos conflitos e consegue trabalhar com delicadeza o que realmente é valido na vida. Deixando para refletir até que ponto pode-se levar seu sentimento adiante, onde todo ato tem uma consequência. Mostra também que com Fé, não precisamos correr atrás, porque no final Deus trás quem você merece e o que você merece. O mundo gira, automaticamente quem convive no nosso meio mudam ou amadurecem, às vezes mudam para um lado positivo e outros para um lado negativo, mas saber esperar o tempo de Deus e reconhecer quando isso acontecer, faz toda diferença em cada decisões da vida. É um livro lindo que vale a pena ler. E que expõe o que no mundo de hoje esta precisando. Mostrando que o bem gera o bem, o amor gera o amor. E que tudo na vida com respeito, não só pode ser perdoado, como podemos gerar a paz. O amor é sublime de todas as formas. Basta saber conduzir o sentimento com Fé e sabedoria. A nobreza do amor não está só nas palavras, está também nas atitudes.
Porque recomendo:
O livro deixa a lição de como devemos ser sempre sábios para conduzir nossa vida, pensando no próximo sem deixar de viver sua vida, seus sonhos. Lição sobre a amizade é o foco central do livro e comovente do início ao fim.
Sem falar que se passa pela Europa, fazendo nós viajarmos com os belos lugares narrados. É praticamente um romance guia turístico. Para quem ama amizade verdadeira,viajar, ama romance e ama Europa como eu, esse livro é PERFEITO
Patrícia O. Brito Souza. Leitora apaixonada pelo mundo dos livros e romance
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Livro grátis:
Livro grátis: “A metafísica do amor”, Arthur Schopenhauer
Você pode ler o PDF de “A metafísica do amor” e “A metafísica da morte” do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (Danzig, 22/02/1788 – Prussia, 21/09/1860.) totalmente grátis!
O autor acreditava que era possível chegar no mais profundo do ser humano, do Eu, pela introspecção, que ele identificou como um princípio metafísico, criou uma teoria sobre a vontade. As duas obras citadas vão nessa linha de pensamento, a vontade (que é um sistema complexo) no amor, no sexo, na morte sob uma visão metafísica.
Você pode ler direto no link e salvar o PDF no seu computador, clique aqui.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
O BARCO TREME
Publicado em por Rebeca Queiroz emRealidade, Uncategorized
O barco vibra. É assustador porque só tem oceano para todos os lados e ninguém para ajudar. Você olha para a água por um momento, temendo que o barco vire enquanto você se movimenta. A água é escura como o oceano Antártico. Se perder na imensidão negra parece algo como o limbo e você teme que possa afundar pela eternidade e sentir esta eternidade. O inferno.
O barco não para de vibrar e, mesmo estando na superfície, você teme afundar lembrando da sensação de afogamento gelado que já experimentou antes e quase morreu. A água que invadia seu corpo como um espírito maligno e não lhe deixava morrer em paz, nem viver.
O barco treme e você nem mesmo sabe porquê. O mais incômodo é a sensação de meio-termo, o barco não afunda, mas também não está estável. Você ainda pode morrer, sozinho.
Você começa a desejar que não tivesse ido pescar tão longe e então você dorme. E espera que o dia seguinte seja melhor.
By http://naoultrapassado.wordpress.com/
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Minha Culpa é te Amar
Livro:
Minha Culpa é te Amar
Autor: Fernanda Santos Navarro
Ano: 2014
Gênero: Romance
Duas amigas, dois mundos diferentes que se unem encontrando o amor verdadeiro em meio à traição... Beatriz e Alicia são diferentes em todos os aspectos, mas isso não impede de se tornarem inseparáveis. Vivendo uma linda amizade entre o cálido Rio de Janeiro e a fria Dublin (Irlanda) até que algo muito grave acontece, colocando em risco essa linda amizade. Será que uma verdadeira amizade suportará tamanha traição? É uma prova de fogo entre o amor verdadeiro e uma amizade sincera. Até que ponto chegará essa amizade? ...
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
https://www.youtube.com/watch?v=1Eif_vQIYDY&safe=active
Meu livro Minha Culpa é Te Amar já está disponivel.
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1728&idProduto=1760
Meu livro Minha Culpa é Te Amar já está disponivel.
http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1728&idProduto=1760
quarta-feira, 18 de junho de 2014
O poema “Instantes” não é de Borges
Fernanda Jimenez
Há muitos anos vem sendo reproduzido o poema “Instantes” como do poeta argentino Jorge Luis Borges. Basta olhar alguma antologia do escritor para comprovar que esse poema não existe entre seus escritos. O poema “rola” pela Internet e até em universidades com a autoria errada. Os versos são da americana Nadine Stair. A viúva de Borges,María Kodama, desmentiu a autoria do marido em relação ao poema há anos. Vamos desfazer de uma vez por todas esse equívoco? Possivelmente, o erro originou- se por causa da escritora Elena Poniatowska (francesa com nacionalidade mexicana) que atribuiu a autoria do poema a Borges num livro de sua autoria publicado em 1990. O livro foi retirado com o devido pedido de desculpas:
Elena Poniatowska, a “culpada”
Abaixo o polêmico poema com a sua autora correspondente:
Instantes (Nadine Stair)
“Se eu pudesse novamente viver a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo”
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo”
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Que livraço!
Que livraço!
Estou lendo “Um cão uivando para a lua”, de Antônio Torres, e não existe palavra para qualificar essa obra rapidamente, a não ser uma que ainda não está no dicionário: “livraço”. Então acabei de criar a campanha para que a palavra #livraço entre no dicionário. Copie e cole a imagem abaixo no seu Facebook, Twitter, blog, Instagram, na testa, aonde você quiser…hahaha…Vamos brincar? Porque todo livro muito bom merece um superlativo à altura!
quarta-feira, 28 de maio de 2014
O que é bibliomania?
O que é bibliomania?
Bibliomania é a mania compulsiva de colecionar livros. A patologia pode ser detectada quando a pessoa coleciona livros iguais, do mesmo autor, mesma edição, sem a menor utilidade e que não teria valor para um verdadeiro colecionador. Mas, no nosso caso, vamos falar de ficção: “Bibliomania”, conto do escritor francês Gustave Flaubert (Ruão, 12/12/1821 – Croisset, 08/05/1880).
Gustave Flaubert fotografado por Étienne Carjat (Fareins, 28/03/1828 - Paris, 19/03/1906) famoso por fotografar os artistas da época. Fotografou também Rimbaud, Victor Hugo e outros.
O verso da foto que faz parte da coleção de Bernard Moland, um apaixonado pela obra de Flaubert, que encontrou fotos e documentos inéditos através do Centro Flauvert da Universidade de Rouen, graças à sobrinha de Flaubert, Caroline Commanville (1846-1931) que guardou todo esse precioso material.
Bibliomania foi escrito quando Flaubert era muito jovem, tinha apenas 15 anos. O relato foi publicado na revista “Le Colibri” da cidade de Rouen. Essa edição espanhola da Gadir foi bem decepcionante, as datas estão todas erradas: a de nascimento colocaram 1836 e Flaubert nasceu em 1821; o ano de publicação de Bibliomania também, colocaram 1847, mas foi 12 de fevereiro de 1837. Portanto, caros leitores, não acreditem em tudo o que está escrito, em caso de dúvida, comparem com outras versões. Infelizmente, há livros com erros de todos os tipos. Graficamente, o livro é bonito, bem feito, capa dura, todo ilustrado pelo artista Marcos Morán, mas com erros de informação imperdoáveis.
O narrador nos conta a história de Giácomo, de aparência tétrica, suja, pouco saudável, que mora em Barcelona:
Era Giacomo, o livreiro; tinha trinta anos e já passava por velho e usado. Era alto, mas encurvado como um idoso; seus cabelos eram compridos, mas brancos; suas mãos eram fortes e nervosas, mas dessecadas e cobertas de rugas; sua roupa era mísera e esfarrapada; tinha um jeito canhestro e atrapalhado; sua fisionomia era pálida e triste, feia, insignificante até.
Giácomo é fascinado por livros, mal sabe ler, ele gosta do objeto, do que ele significa, nem tanto do seu conteúdo que mal pode decifrar. Sua forma doentia de amar os livros e manuscritos é tanta, ao ponto de prejudicar a sua saúde:
Aquela paixão o absorvera por inteiro: mal comia, já não dormia; mas sonhava dias e noites inteiros com a sua idéia fixa: os livros.
A sua obsessão pelos livros raros era desmedida, Giácomo é um livreiro que não quer vender seus livros e não mede esforços para ter os que deseja.
Estava, sim, embriagado do que sentira; estava cansado de seus dias; estava bêbado da existência.
Incrível pensar que esse conto foi escrito por um menino de 15 anos. O talento, esse dom inexplicável e divino, já nasce. O talento aliado ao trabalho, fundamentais para se passar a imaginação ao papel, fizeram de Flaubert um dos melhores escritores de todos os tempos . Não deixe de ler!
Não comprem a edição abaixo:
Flaubert, Gustave. Bibliomanía. Gadir, Madrid, 2014. 61 páginas
Não confunda bibliomania com bibliófilia, esse é o amor pelos livros especiais, primeiras edições, livros raros, edições corretas, nesse sentido eu sou uma bibliófila e fico muito chateada quando invisto num livro aparentemente bem cuidado, com erros fatais como os citados.
“Oficina Irritada”
, Carlos Drummond de Andrade
Oficina Irritada
“Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum prazer,
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
não desperte em ninguém nenhum prazer,
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.”
cão mijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.”
Carlos Drummond De Andrade, in Claro Enigma
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Livraria com charme
A livraria espanhola La Central foi fundada em 1995 em Barcelona, possui umas lojas encantadoras. É uma das minhas livrarias preferidas, pois encontro literatura brasileira original, coisa que não é tão fácil por aqui. Visitei ontem a loja que fica no centro de Madri, na Plaza de Callao e fiquei admirada em ver tantos escritores brasileiros traduzidos, coisa recente.
Lêdo Ivo na mesa dos recomendados pela livraria:
O edifício é belo e antigo, com uma arquitetura cheia de encanto:
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Um passeio por Madri no Dia Internacional do Livro
Fernanda Jimenez
Falando em Literatura
Enquanto o Brasil ainda dorme, eu já fui dar um passeio por algumas livrarias de Madri nesse Dia de São Jorge. Leia como essa data passou a ser a festa do livro: você conhece a tradição espanhola de presentear flores e livros? Hoje é o dia. Todo dia é dia de leitura, mas hoje é especial. Serve para festejar, para comprar livros com descontos, presentear, agitar o mercado editorial, conhecer autores pessoalmente, pedir autógrafos, se inspirar, conhecer, ler mais ainda e pensar em literatura!
Uma das minhas livrarias preferidas em Madri é a Casa del Libro da Calle Alcalá, 96. O edifício fica no bairro de Goya e nele morou por três anos o poeta e dramaturgo Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de Junho de 1898 - Granada, 19 de Agosto de 1936).
A Casa del Libro é uma livraria bem completa, vende desde literatura infantil aos clássicos, livros de bolso, ciências humanas e sociais, etc.
Os passeios ainda vazios, mais tarde vai ser difícil entrar, quanto mais fotografar (bom, não?!)
O prédio numa das esquinas privilegiadas de Madri.
Hoje as livrarias da cidade estão dando 10% de desconto nos livros. Essa é a livraria do El Corte Inglés, a loja de departamentos mais chique da Espanha:
O El Corte Inglés colocou bancas de livros na calçada:Eu já comprei os livros e as flores para os meus amores, agora vou esperar os meus!
quarta-feira, 16 de abril de 2014
O triste abril de T.S. Eliot
O triste abril de T.S. Eliot
T.S.Eliot (Thomas Stearns Eliot, St. Louis, 26/09/1888 - Londres, 04/01/1965) não é um poeta fácil. Seus versos são herméticos, sua expressão poética é cheia de alusões culturais, misturas de idiomas, o poeta utiliza elementos visuais, como se fossem collages. Os elementos místicos, as cartas do tarô, a magia, dão esse tom obscuro, simbólico. T.S.Eliot é um escritor para decifrar:
James McColgan – Midnight Tree
I. O ENTERRO DOS MORTOS*
Abril é o mais cruel dos meses, brotando
Lilases da terra morta, misturando
Memória e desejo, removendo
Turvas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos mantinha quentes, cobrindo
A terra de neve esquecida, nutrindo
Um pouco de vida os tubérculos secos.
O verão nos surpreendeu, chegando em cima do Starnbergersee
Abril é o mais cruel dos meses, brotando
Lilases da terra morta, misturando
Memória e desejo, removendo
Turvas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos mantinha quentes, cobrindo
A terra de neve esquecida, nutrindo
Um pouco de vida os tubérculos secos.
O verão nos surpreendeu, chegando em cima do Starnbergersee
Com um dilúvio; paramos junto às colunas
E continuamos com a luz do sol até Hofgarten,
e tomamos café, e falamos por um bom tempo.
Big gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch.
E quando éramos crianças, estando com o arquiduque,
Meu primo, convidou-me para passear em um trenó.
E tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te forte. E para lá descemos.
Nas montanhas, a pessoa se sente livre.
Eu leio boa parte da noite, e no inverno vou ao sul.
Quais são as raízes que me aferram, que galhos crescem
Desse pétreo lixo? Filho de homem,
Não podes dizer, nem imaginar, porque só conhece
Um monte de imagens quebradas, que pegam o sol,
A árvore morta não dá abrigo, nem o grilo dá alívio,
Nem a pedra seca faz barulho água. Só
há sombra debaixo desta rocha vermelha.
(Entra debaixo da sombra desta rocha vermelha),
E vou te ensinar algo diferente, tanto
de tua sombra pela manhã caminhando atrás de ti
como de tua sombra pela tarde subindo ao teu encontro;
Vou te mostrar o medo num punhado de pó.
Frisch weht er Wind
Der Heimat zu
Mein Irisch Kind,
Wo weilest du?
”Deste-me jacintos pela primeira vez há um ano;
Chamavam-me a menina dos jacintos.”
- Mas ao voltarmos, tarde, do Jardim dos Jacintos,
Teus braços cheios de jacintos e teus cabelos molhados, não pude
Falar, e me falharam os meus olhos, eu estava nem
vivo nem morto, não sabia nada
Olhando o coração da luz, o silêncio.
Oed’ und leer das Meer.
Madame Sosostris, famosa vidente,
Tinha um forte resfriado; no entanto,
É conhecida como a mulher mais sábia da Europa,
Com seu perverso baralho. Aqui, disse,
está sua carta, o Marinheiro Fenício afogado.
(Pérolas são esses que foram seus olhos. Olha!)
Eis aqui Beladona, a Madona das Rochas,
A Dama das Situações.
Aqui está o Homem dos Três Bastões, e aqui a Roda da Fortuna,
E aqui se vê o mercador caolho, e esta carta,
Que em branco, é algo que ele leva nas costas,
Mas que me proibiram de ver. Não encontro
O Homem Enforcado. Teme a morte por água.
Vejo multidões que dão voltas em círculos.
Obrigada. Se vê a minha querida Senhora Equitone,
Diga-lhe que eu mesma lhe levarei o horóscopo:
Nesses tempos há que se ter muito cuidado.
Cidade irreal,
Sob a névoa parda de um amanhecer de inverno,
Uma multidão fluía pela Ponte de Londres, tantos,
Que não acreditei que a morte tivesse desfeito a tantos.
Exalavam suspiros, breves e pouco frequentes,
E cada um mantinha os olhos fixos ante os pés,
Fluíam costa acima e descendo King William Street.
onde Santa Maria Woolnoth dava as horas
Com um som morto na balangada final das nove
Vi alguém que conhecia e o fiz parei, gritando: “Stetson,
Você estava comigo nas galeras de Mylae!
O cadáver que plantou ano passado em teu jardim
Já começou a brotar? Florecerá este ano?
Ou a geada imprevista estragou seu leito?
Ah, mantêm longe daqui o cachorro, que é amigo do homem,
Ou ele voltará a desenterrar com as unhas!
Você! Hypocrite lecteur! – mon semblable -, mon frère”
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