Porque
parti…
Estive
preso em plena liberdade
Trancada
nas grades da solidão e vagando pelas longas estradas da saudade.
Quando eu parti, meus sonhos ficaram para trás; nas
matas, nos bosques, nas ruas da minha cidade. Nas águas das cachoeiras, no
sorriso dos meus filhos, no beijo da minha neta, no abraço dos meus amigos…
Nos
vôos dos pássaros, na beleza das flores, na cor do mar, na solidão do meu
quarto…
no corpo do meu amor, no gosto de sua boca, em sua voz, meiga e doce,
no silêncio de suas palavras e na dor ao lhe
dizer Adeus.
Vaguei pelas noites infinitas, pelos mares
cinzentos, pelas noites sem luar…
Fiquei
como uma estrela apagada, um pássaro sem asas, um peixe longe da água!
Fiquei
perdida em um país que não é o meu, em um povo que não fala a minha língua,
Em
um sol que não me aquece, em uma eterna
esperança de ver o dia amanhecer e te ver ao meu lado.
Estava
presa nas grades da solidão, sentindo minha alma oprimida, por estar tão
distante de você…
Senti
frio, tive medo, não pude dormir…
Então,
no alge do meu desespero, resolvi te encontrar. Te procurei na letra de uma
música, no cheiro da madrugada, no sorriso das crianças, nas palavras de amor
em cada poesia, nos dias ensolarados, nas noites frias de luar e na certeza de que em breve eu
vou voltar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário