domingo, 16 de outubro de 2011

Porque parti…

Estive preso em plena liberdade
Trancada nas grades da solidão e vagando pelas longas estradas da saudade.
Quando  eu parti, meus sonhos ficaram para trás; nas matas, nos bosques, nas ruas da minha cidade. Nas águas das cachoeiras, no sorriso dos meus filhos, no beijo da minha neta, no abraço dos meus amigos…
Nos vôos dos pássaros, na beleza das flores, na cor do mar, na solidão do meu quarto… 
no corpo do meu amor, no gosto de sua boca, em sua voz, meiga e doce, no silêncio de suas palavras e na dor ao lhe  dizer Adeus.
Vaguei pelas noites infinitas, pelos mares cinzentos, pelas noites sem luar…
Fiquei como uma estrela apagada, um pássaro sem asas, um peixe longe da água!
Fiquei perdida em um país que não é o meu, em um povo que não fala a minha língua,
Em um sol que não me aquece, em  uma eterna esperança de ver o dia amanhecer e te ver ao meu lado.
Estava presa nas grades da solidão, sentindo minha alma oprimida, por estar tão distante de você…
Senti frio, tive medo, não pude dormir…
Então, no alge do meu desespero, resolvi te encontrar. Te procurei na letra de uma música, no cheiro da madrugada, no sorriso das crianças, nas palavras de amor em cada poesia, nos dias ensolarados, nas noites  frias de luar e na certeza de que em breve eu vou voltar. 

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